segunda-feira, 7 de novembro de 2011

este mundo


Do mel vêm-me os ramalhetes do lameiro com ares de mundo antigo. As vacas iam para a eira cansadas com os seus carros e o chio rasgava o tempo e a paisagem, e agora a lembrança. Eram dias doutro império. Ehhhh boi ehhhhh!, dizia-se com o pau a tocar o jugo, e o carro ia com a lentidão das rodas cantadeiras, alinhavando os trabalhos do futuro. Ouviam-se os insectos e ainda os ferreiros. O mel faziam-no as abelhas. Sim, eram as abelhas. Agora, vão desaparecendo. Se as abelhas desaparecerem que será do mundo?

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