sábado, 24 de dezembro de 2011

esperança



Mestre, chefe, patrão, vizinho, tudo nomes quando não se conhece o nome. A gritar, o talhante corre atrás do homem, ó vizinho! ó vizinho! O homem para, reconhece o talhante e volta atrás. Não é porque o céu está limpo de nuvens que o seu nome está oculto no azul. Poderia haver uma esperança qualquer no acto de ser chamado. O homem volta atrás e o talhante já não avança na rua. É um saquinho que o talhante leva consigo e que o homem esqueceu no balcão do talho. O homem agradece. Sempre deve agradecer-se um acto de gentileza. Sabe-se lá o que leva o saco. Uma esperança qualquer. Sim, talvez.

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Imagem: Recanto de jardim, de Ignacio Pinazo

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