Mestre, chefe,
patrão, vizinho, tudo nomes quando não se conhece o nome. A gritar, o talhante
corre atrás do homem, ó vizinho! ó vizinho! O homem para, reconhece o talhante
e volta atrás. Não é porque o céu está limpo de nuvens que o seu nome está
oculto no azul. Poderia haver uma esperança qualquer no acto de ser chamado. O
homem volta atrás e o talhante já não avança na rua. É um saquinho que o
talhante leva consigo e que o homem esqueceu no balcão do talho. O homem
agradece. Sempre deve agradecer-se um acto de gentileza. Sabe-se lá o que leva
o saco. Uma esperança qualquer. Sim, talvez.
*
Imagem: Recanto de jardim, de Ignacio Pinazo
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