sábado, 27 de agosto de 2011

o que diz o escriba


Nada, nenhum verso, nenhum assombro. Tudo é ainda obscuro à saída dos lábios. Tão antiga é a fala, os sulcos da escrita, como as primeiras tentativas para compreender a neve e as romãzeiras, mas a água chegará ao deserto e antes que os dedos escrevam a dor, ou até o amor, haverá a música e a dança. O sangue esquecerá a mortalidade e o pão virá do céu, não das espigas. Uma espécie de felicidade, diz o escriba.
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Imagem: O escriba sentado, alabastro e calcário, Egipto, 2600 aC, Museu do Louvre

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